segunda-feira, agosto 09, 2004

Divagações genéricas

Nessas últimas semanas me associei a comunidade Orkut, o que tem sido uma fonte de umas boas risadas, ,ao ler alguns tópicos em discussão. Mas, também serviu para observar que algumas coisas não mudaram no mundo.

Até alguns anos atrás, eu mantinha bastante contato com o mundo exterior, por assim dizer, pois estava na faculdade, dava aulas, saia com uma certa freqüência, então tinha como observar algumas situações engraçadas, que rendiam maravilhosas teorias. Mas, com o passar do tempo, e o aumento de minhas responsabilidades, tais excursões exploratórias diminuíram drasticamente. Vi-me, de certa maneira, privado de meus experimentos e meu laboratório. .

Sobre alguns aspectos, isso foi muito bom, pois aprendi um bocado sobre uma criatura que ainda não havia estudado a fundo: eu.

E, com o tempo, passei a achar que eu poderia estar errado em muitas de minhas teorias a respeito do ser humano, que na verdade eu enxergava as pessoas de uma maneira muito errada

Realmente me enganei.

Eu não as enxergava erradas.

Cometi o erro de achar que as minhas teorias explicavam quase tudo. Na verdade não. Mas explica um bocado de coisa, e atualmente, graças ao Orkut, elas receberam reforços ainda maiores.

Chega a ser impressionante, como as pessoas se iludem, como elas tem uma capacidade inata (talvez) para a automutilação. Sabem que certas situações somente irão trazer tristeza, mas ainda assim, vão em frente. Às vezes, parece que estamos vendo aquele filmezinho de terror B, em que gritamos da platéia “Por ai não, ele vai te pegar!” e o cara vai por ali, a despeito de nossos gritos.

Por exemplo, é impressionante como existem homens capazes de se humilhar publicamente, perguntando se há garotas a fim de transarem com eles. Caramba, um cara capaz de fazer um papel idiota desses, de se expor assim publicamente, não merece atenção de mulher alguma. Das duas uma, ou está querendo se divertir muito as custas de alguma menina igualmente desesperada, e depois espalhar pra meio mundo, ou então esta realmente subindo pelas paredes...Não, acho que poucas encarariam, pelo menos é o que vejo (aparentemente).

E as mulheres... Continuam sem saber exatamente como serem mulheres. A alguns anos atrás eu dizia isso, e continua valendo pra hoje. As mulheres não precisavam de poder. Elas já o tinham. Infelizmente, a maioria não sabia usar e, seduzidas pelos gritos histéricos de uma minoria, começaram a bagunça toda que redundou no feminismo.

O pedido de direitos iguais era e é válido, mas o que era a espinha dorsal do movimento pelo que eu entendo, era a parte comportamental masculina, que tanto as afrontava. E hoje, o que temos? Mulheres agindo igual ou pior aos mesmos homens que tanto criticavam. E com agravantes diversos. Quem os quiser saber, entre em contato, passo a lista, aqui não haveria espaço.

Ë bem verdade que as mulheres também tem razão em reclamar que homem decente hoje em dia é raro. E é mesmo. O que há por ai de monte, são machos, reprodutores, e olha lá. HOMEM mesmo que, como dizia meu avô, honra as calças, são poucos. E, no meio desse circo todo, começa a surgir a nova pantomina comportamental do século XX!, o homem Metrossexual. Que diabos é isso?? Certo, vamos ver.

O Dito Metrossexual é o cara que se preocupa em andar bem vestido, elegante, não se incomoda em se cuidar, ao contrário, é vaidoso, tem gosto apurado, conversa sobre vários assuntos, gosta de decorar sua própria casa, etc, etc, etc... E?

Bem, ate ai, meu pai é isso tudo. Chame-o de metrossexual e não garanto a saúde de seus dentes. Ou mesmo eu.

Na verdade o Metrossexual é mais uma bela invençãozinha da mídia oca e sem sentido, que floresce com força nos dias de hoje, em que pão e circo é a lei.(cuidado, em Roma, pão e circo também era a lei, e depois começaram as invasões bárbaras... alguém falou em violência urbana?)

Concluindo... Ou seja, um cara comum não pode ser desse jeito, não, não. Ele não poderia entender de arte, literatura, saber cozinhar, se vestir bem, passear com a companheira vendo as vitrines do shopping e discutindo roupas com ela... não, não, foi necessária a criação de um novo rótulo para explicá-lo. Por favor, eu sou isso tudo e muito mais, do que dizem a respeito dos Metrossexuais. Mas me façam o favor de nunca dizerem que sou um. Ficarei extremamente grato.

Um comentário:

Anônimo disse...

Temos em comum este gosto de observar, de teorizar sobre o ser humano, de verificar os tipos transeuntes, de tentar entender as imbricadas relações humanas, Fi. É por isso que eu gosto tanto dos livros da Agatha Christie, ela era ótima nisso :) Beijos, Call